Projetos de pesquisas: desigualdade na distribuição de verba e infraestrutural na UFRRJ

O ensino superior está calcado no tripé ensino, extensão e pesquisa. Ensino é a prática de lecionar, ou seja, as relações dos docentes com os discentes. Extensão é o momento em que os estudantes produzem com a ajuda de professores para servir à população em geral. Pesquisas se constituem como projetos realizados pelos institutos para a produção de conhecimento sistematizado.

Projetos de pesquisa nos institutos de Ciências Agrárias, Ciências Exatas e Ciências Humanas e Sociais

Porta principal do Instituto de Agronomia em frente a uma lago.

Na Rural o Instituto de Agronomia (I.A) é composto pelos departamentos de fitotecnia, agrotecnologia, sustentabilidade e solos. Com 32 professores presentes, o diretor Everaldo Zonta, revelou que o diferencial deles é: “A maioria dos nossos docentes buscam programas de fomento, como CNPQ, FAPERJ e também realizam convênios com a iniciativa privada”. São essas movimentações que fazem com que o funcionamento ativo dos laboratórios e possibilidades de bolsas aos alunos sejam efetivados.

 

 

O prédio antigo que servia à biblioteca é o Instituto de Ciências Exatas no presente.

Já o Instituto de Ciências Exatas (ICE) precisa manter três prédios no campus de Seropédica da universidade. A  construção principal com a gerência, o Pitágoras com as salas de aulas e o Pavilhão de Aulas Práticas de Física para realizar experimentos. Robson Mariano, superintendente do ICE, expressou como as relações entre o Estado Federal e as universidades se encontram: “É um alívio quando algum professor consegue um projeto de pesquisa para o seu laboratório, pois é menos um local para a destinação de verba. Isto porque as universidades não conseguem mais investir, mas só cobrir os custos exigidos pelas instalações. Dentro desta dinâmica, os projetos de pesquisa são boas saídas para a ausência de verbas”.

 

 

A entrada principal do Instituto de Ciências Humanas e Sociais sendo obscurecido pela noite.

O Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) é o maior do campus de Seropédica, constituído por oito cursos de graduação e 170 professores. São inúmeras instalações a manter com a pouca verba recebida. Em análise política e econômica do presente, o vice-diretor Luiz Felipe declarou que: “Há, mais ou menos 12 anos, os investimentos nas universidades vêm caindo. Portanto, as saídas podem ser os projetos de pesquisa, extensão e emendas parlamentares. Os pesquisadores de ponta no Brasil são os docentes, ou seja, a efetivação de parcerias com programas públicos de incentivo (FAPERJ, CNPQ…) partem mais do desenvolvimento de trabalhos acadêmicos deles”.

 

Curricularização da Extensão Universitária
As instituições públicas de ensino brasileiras estão em um momento de mudança do currículo letivo. Com a nova jurisdição educativa, cerca de 10% do total de carga horária de cada curso tem que ser destinada às atividades de extensão. As produções tem que ajudar no vínculo entre faculdades e a sociedade. Por enquanto, a aprendizagem especializada é segregada.

Os três diretores opinaram de formas semelhantes sobre tal mudança. Disseram que é uma oportunidade de tentar igualar as importâncias entre as atividades e ajudar a derrubar o “muro invisível” ao redor dos campus universitários.